segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Coisas que não posso esquecer...


"Entre outras coisas, você vai descobrir que não é a primeira pessoa a ficar confusa e assustada, e até enojada, pelo comportamento humano. Você não está de maneira nenhuma sozinho nesse terreno, e se sentirá estimulado e entusiasmado quando souber disso. Muitos homens, muitos mesmo, enfrentaram os mesmos problemas morais e espirituais que você está enfrentando agora. Felizmente, alguns deles guardaram um registro de seus problemas. Você aprenderá com eles, se quiser. Da mesma forma que, algum dia, se você tiver alguma coisa a oferecer, alguém irá aprender alguma coisa com você. É um belo arranjo recíproco. E não é instrução. É história. É poesia."

J. D. Salinger in "O Apanhador no Campo de Centeio"

sábado, 18 de agosto de 2012

Tenho grande dificuldade de assumir meus sentimentos. Nesse caso, os de tristeza. Camuflo minha tristeza com um imenso e ácido bom humor. E isso as vezes não me parece bom. Eu sofro não sofrendo, sofro não demonstrando, escondendo. Percebi que nem escrever como eu me sinto profundamente triste eu consigo. Todos os textos que inicio, terminam com um quê de sarcasmo/ironia. Não que eu ache de todo ruim. Não que eu preferisse simplesmente ser uma deprimida passiva. Mas essa postura alegre, dificulta até pra chorar. Choro me contendo. Choro me recriminando. Choro me culpando, só e somente eu sou responsável por qualquer coisa de bom ou de ruim que aconteça na minha vida, não tenho tempo pra chorar. Apesar de estar ficando cada vez mais difícil conter esse turbilhão. Lágrimas me veem aos olhos pelas coisas mais bobas imagináveis. Tô com medo de quando chorar, secar. E um pouco de medo de não conseguir essa abundância de lágrimas que suponho.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

 Saudade
Saudade de tudo!...
Saudade, essencial e orgânica,
de horas passadas,
que eu podia viver e não vivi!...
Saudade de gente que não conheço,
de amigos nascidos noutras terras,
de almas órfãs e irmãs,
de minha gente dispersa,
que talvez até hoje ainda espere por mim...

Saudade triste do passado,
saudade gloriosa do futuro,
saudade de todos os presentes
vividos fora de mim!...

Pressa!...
Ânsia voraz de me fazer em muitos,
fome angustiosa da fusão de tudo
sede da volta final
da grande experiência:
uma só alma em um só corpo,
uma só alma-corpo,
um só,
um!...
Como quem fecha numa gota
o Oceano
afogado no fundo de si mesmo...

- João Guimarães Rosa, em Magma.

Um tempo já que eu não escrevia. Hoje, ao ler essa citação de J.G.R, senti que ele conseguia falar de mim, explicitar exatamente como me sinto a maior parte do tempo. 
Essa quantidade de sentimento me desequilibra. Não ato nem desato. Continuo me sentindo à deriva, mesmo não devendo estar. 
A vida está relativamente boa. Não tenho grandes problemas externos pra lidar - exceto a convivência com as pessoas. Tenho uma quantidade considerável de amor oferecida à mim, amigos com os quais eu poderia sair e me divertir, uma boa mãe que mesmo com as diferenças, acaba me apoiando sempre. São coisas que deveriam ser suficientes, pelo menos pra tornar a vida tranquila, minimamente equilibrada. Eu reconheço esses fatores. Sei que seriam boas razões pra cessar meu mimimi recorrente. 
Infelizmente não me são suficientes.  
Sinto uma eterna falta, saudade, ausência, dos outros, de mim, do mundo, do desconhecido.

domingo, 1 de abril de 2012

Ser feliz!

Coisa chata essa que o povo tem de achar que a vida lhe reserva "felicidade" suprema e full time. Sinto informar, essa felicidade pregada nos contos de fadas e comerciais de Coca-Cola não existe. A vida é dura e cinza. Ninguém vai se dar ao trabalho de te entregar felicidade numa embalagem linda e espalhafatosa. Providencie você mesmo seus óculos cor de rosa e veja a vida de forma mais cômica, até nas "piores" situações. 
Eu formulei a seguinte teoria: Sou feliz pelo simples fato de acordar todos os dias, mas acredito que tristeza também forma caráter.

Besos =) 

segunda-feira, 26 de março de 2012

...

A intenção é não criar expectativa, mas a regra básica é não ser raso nunca.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Carnaval

Independente da festa, da música, dos dias de folga e da cachoeira ao alcance do meu tempo, qualquer tempo. Eu continuo querendo dança, brilho e adereços.

"Carnaval, desengano

Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta-feira sempre desce o pano"



Confetes e serpentinas!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Livro dos Abraços - Eduardo Galeano

Teologia/1


O catecismo me ensinou, na infância, a fazer o bem por interesse e a não fazer o mal por medo. Deus me oferecia castigos e recompensas, me ameaçava com o inferno e me prometia o céu; e eu temia e acreditava.
Passaram-se os anos. Eu já não temo nem creio. E em todo caso - penso - se mereço ser assado cozido no caldeirão do inferno, condenado ao fogo lento e eterno, que assim seja. Assim me salvarei do purgatório, que está cheio de horríveis turistas da classe média; e no final das contas, se fará justiça.
Sinceramente: merecer, mereço. Nunca matei ninguém, é verdade, mas por falta de coragem ou de tempo, e não por falta de querer. Não vou à missa aos domingos, nem nos dias de guarda. Cobicei quase todas as mulheres de meus próximos, exceto as feias, e assim violei, pelo menos em intenção, a propriedade privada que Deus pessoalmente sacramentou nas tábuas de Moisés: Não cobiçaras a mulher de teu próximo nem seu touro, nem seu asno... E como se fosse pouco, com premeditação e deslealdade cometi o ato do amor sem o nobre propósito de reproduzir a mão de obra. Sei muito bem que o pecado carnal não é bem visto no céu; mas desconfio que Deus condena o que ignora.




Extraído de O Livro dos Abraços, Eduardo Galeano.

Besos :)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Maquinando...

Há cinco minutos atrás, estava eu, fumando e pensando... Na verdade estava tentando, com a força do pensamento, mover um táxi do lugar. Mover não é a palavra certa, estava somente meditando que o freio de mão poderia falhar. O carro desceria a pequena ladeira desenfreado e bateria no muro de algum vizinho, causando mediano prejuízo. Assim, o digno senhor motorista do veículo acima citado aprenderia a não estacionar no portão de casas que não sejam a dele. Me aborreceu, ocupou "meu" espaço, contrariou minha  regra de ser o "menos invasiva" possível no espaço alheio. Sim, eu perdi três minutos da minha vida tentando gerar caos com a força do pensamento e odiando o condutor sem nunca ter olhado a cara. Não vejo problema.

Degradação Matinal

Sim, logo na primeira hora do meu dia, sou obrigada a escolher como quero iniciar a degradação proletária matinal.

As opções são:

Inferno 1: Ônibus lotado, que geralmente me deprime muito, pois habitualmente tem um cheiro-de-bunda-suja constante!

Inferno 2: Ônibus lotado, com pessoas que são pseudo-conhecidas e que por esse motivo acham de verdade que não precisam exercitar a civilidade e boa educação.

Hoje, quando me deparei com a difícil escolha, só conseguia  pensar: T-E-L-E-T-R-A-N-S-P-O-R-T-E!

Ok, eu sei que é meio inviável meu pedido... Me contento também com a criação de uma Associação de Fedorentos Anônimos que se comprometam a lavar a bunda de manhã.


Besos :)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Não somente, mas particularmente hoje...

...eu cansei. 
Cansei da mediocridade que pode ser vista só ao olhar pros lados, cansei da desordem, cansei do descaso, cansei da feliz estagnação da massa. O saco encheu. Por hoje não aguento que venham falar, pensar e agir por seus próprios umbigos. Exauri, perdi as forças. Até pra vir registrar a reclamação tive que me esforçar.


Hoje não deixo beijos.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Verão ou...

...estágio para o inferno?

É isso, o verão me importuna tanto que fico com a constante sensação de cérebro fritando! Eu infelizmente, D-E-T-E-S-T-O o clima tropical. Não entendo a galera que consegue se adaptar, achar legal o combo calor senegalês + aspecto permanentemente desgrenhado. Eu não gosto e na verdade não me esforço muito pra gostar, prefiro usar as forças que me restam pra implorar que chegue logo o próximo outono... 

Fora que, esse climinha oba-oba de gente feliz, colorida e satisfeita não cola.

Eu já sei! Isso é coisa de gente azeda! ;)

Reclamando e cantando e seguindo a canção...

Besos.